A glicemia, isto é, a quantidade de açúcar (glicose) presente no sangue, é o principal indicador usado para determinar se uma pessoa é ou não diabética.
De forma simples, uma pessoa é considerada diabética quando os níveis de glicemia permanecem consistentemente acima dos valores normais, confirmados através de análises laboratoriais.
A diabetes é uma condição crónica, mas controlável — e quanto mais cedo for identificada, melhor o prognóstico e a qualidade de vida. Por isso, compreender os valores de referência, sintomas e momentos de alerta é essencial para agir a tempo.
Quais são os valores de glicemia para se ter diabetes?
Resposta rápida:
Uma pessoa é considerada diabética quando apresenta glicemia em jejum igual ou superior a 126 mg/dL em duas medições diferentes.
Além disso, também se confirma o diagnóstico quando:
- A glicemia aleatória é igual ou superior a 200 mg/dL, acompanhada de sintomas típicos (como sede excessiva ou urinar frequentemente);
- Ou ainda, quando o teste de tolerância à glicose (2 horas) é igual ou superior a 200 mg/dL após ingestão de 75 g de glicose.
Estes critérios seguem as recomendações de 2025 da American Diabetes Association (ADA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS) em Portugal.
Em Portugal, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça que só o médico pode confirmar o diagnóstico, uma vez que fatores como stress, alimentação ou doença recente podem alterar temporariamente os valores de glicemia.
Qual o nível de glicose normal por idade?
Resposta simples:
Os valores normais de glicemia variam ligeiramente com a idade, no entanto, mantêm-se dentro de uma faixa segura.
| Faixa etária | Glicemia normal em jejum |
| Crianças | 70–100 mg/dL |
| Adultos | 70–99 mg/dL |
| Idosos | até 110 mg/dL |
Além disso, a partir dos 45 anos, a DGS recomenda a monitorização regular da glicemia, mesmo sem sintomas, sobretudo se existirem fatores de risco como excesso de peso, hipertensão ou histórico familiar.
Segundo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a diabetes afeta cerca de 1 em cada 10 adultos portugueses — e muitos não sabem que têm a doença.
Qual valor é considerado pré-diabetes?
Em resumo:
A pré-diabetes ocorre quando a glicemia está acima do normal, mas ainda abaixo do limiar da diabetes. É um importante sinal de alerta.
| Situação | Glicemia em jejum | Teste de tolerância (2h) |
| Normal | < 100 mg/dL | < 140 mg/dL |
| Pré-diabetes | 100–125 mg/dL | 140–199 mg/dL |
| Diabetes | ≥ 126 mg/dL | ≥ 200 mg/dL |
A boa notícia é que a pré-diabetes pode ser revertida. Com efeito, mudanças simples na alimentação e o aumento da atividade física ajudam a reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
A APDP sublinha que um diagnóstico precoce e acompanhamento médico adequado são fundamentais para evitar complicações futuras.
Quando é que uma pessoa se considera diabética?
De forma clara:
Uma pessoa é considerada diabética quando apresenta níveis de glicemia persistentemente elevados, confirmados por exames laboratoriais — com ou sem sintomas evidentes.
Além disso, muitas vezes, a diabetes tipo 2 é descoberta em análises de rotina, mesmo sem sintomas. Por isso, o rastreio e a prevenção são essenciais.
Saiba mais no artigo “Diabetes: sintomas, causas e como viver com saúde” da MAPFRE — com informações úteis para o dia a dia de quem vive com diabetes.
Quais são os sinais e sintomas de diabetes?
Resposta direta:
Os principais sintomas de diabetes incluem sede constante, vontade frequente de urinar, cansaço, visão turva e perda de peso inexplicável.
Sintomas mais comuns
Em suma:
- Sede excessiva e boca seca;
- Urinar com muita frequência (poliúria);
- Cansaço persistente e falta de energia;
- Visão turva;
- Feridas que demoram a cicatrizar;
- Perda de peso sem explicação (mais comum na diabetes tipo 1).
Além disso, é importante reconhecer os sintomas de hipoglicemia (glicemia demasiado baixa), como:
- Tremores, suores frios, tonturas, irritabilidade.
Nestes casos, recomenda-se ingerir um alimento com açúcar (como sumo de fruta) e procurar ajuda médica se os sintomas persistirem.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade das pessoas com diabetes no mundo desconhece o seu diagnóstico — por isso, é fundamental estar atento aos sinais.
O que comer para baixar a glicemia e controlar a diabetes
Resposta prática:
Uma alimentação equilibrada é a base do controlo da glicemia. Ou seja, não se trata de eliminar todos os açúcares, mas de escolher bem os alimentos e manter horários regulares.
Alimentos que ajudam a regular a glicemia
Em síntese:
- Cereais integrais (aveia, cevada, arroz integral): libertam energia de forma lenta, evitando picos de glicemia.
- Leguminosas (feijão, grão, lentilhas): ricas em fibra e proteína vegetal, ajudam a estabilizar o açúcar no sangue.
- Frutas com baixo índice glicémico, como maçã, pera e frutos vermelhos.
- Legumes e hortaliças em abundância — pelo menos metade do prato.
- Peixes gordos (como salmão ou cavala), ricos em ómega-3, benéficos para o coração.
Além disso, a APDP recomenda que pessoas com diabetes façam várias pequenas refeições ao longo do dia, com intervalos regulares de 3 a 4 horas.
Alimentos e hábitos a evitar
Em resumo:
Evite o excesso de açúcares simples e alimentos ultraprocessados. Controlar a diabetes é também saber o que reduzir ou eliminar da rotina.
A saber os principais que deve evitar/reduzir:
- Açúcares refinados (bolos, refrigerantes, doces industrializados);
- Farinhas brancas (pão e massas não integrais);
- Fritos e gorduras saturadas;
- Álcool em excesso e tabaco;
- “Saltos de refeições”
A hipoglicemia ocorre quando a glicemia desce abaixo dos 70 mg/dL e pode causar tremores, suores frios e confusão mental.
Em situações leves, um copo de sumo ou um pouco de mel ajuda; no entanto, em casos recorrentes, é essencial rever o plano alimentar com o médico.
A importância de monitorizar os níveis de glicemia
Controlar a glicemia é essencial para prevenir complicações e adaptar o tratamento. Nesse sentido, o uso de glicosímetros ou sensores contínuos permite acompanhar as variações ao longo do dia e perceber como o corpo reage aos alimentos, atividade física e medicamentos.
Em resumo, estas são algumas dicas práticas:
- Registe as medições num diário ou app de saúde;
- Faça as medições sempre nos mesmos horários (jejum, antes e após refeições);
- Reaja a valores fora do normal com orientação médica, sem ajustar doses por conta própria.
A Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) recomenda consultas de vigilância e exames periódicos, como a hemoglobina glicada (HbA1c), que reflete o controlo da glicemia nos últimos três meses.
Como o exercício físico ajuda a controlar a glicemia
De forma clara:
A atividade física melhora a resposta do corpo à insulina e ajuda a manter a glicemia estável. Mesmo caminhadas diárias de 30 minutos já fazem diferença.
Tipos de exercícios recomendados
Por exemplo:
- Caminhar ou pedalar regularmente;
- Treino de força (com orientação profissional);
- Atividades de baixo impacto, como natação ou ioga;
- Exercícios leves pós-refeição para reduzir picos de glicose.
A DGS e a OMS recomendam pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada para adultos. O segredo está na regularidade — não na intensidade.
Quando procurar ajuda médica
A saber, sinais de alerta que exigem avaliação médica imediata:
- Glicemia persistentemente acima de 180 mg/dL;
- Episódios de hipoglicemia frequentes;
- Cansaço extremo, visão turva ou perda de peso sem explicação;
- Feridas que demoram a cicatrizar ou infecções recorrentes.
Mesmo sem sintomas, pessoas com fatores de risco devem realizar rastreios periódicos. Além disso, um seguro de saúde pode facilitar o acesso a consultas de especialidade e análises de rotina, essenciais para o controlo da diabetes.
Conclusão: controlar a glicemia é cuidar do futuro
A glicemia é mais do que um número — é um reflexo do equilíbrio do corpo. Com informação, disciplina e apoio certo, é possível viver bem e com segurança, mesmo com diabetes. Monitorizar, alimentar-se corretamente e manter-se ativo são passos simples que fazem uma grande diferença.
Viver bem com diabetes: equilíbrio e apoio
Viver com diabetes é possível — e com qualidade. O apoio médico, a educação e o acompanhamento contínuo fazem toda a diferença. Nesse sentido, MAPFRE apoia esta jornada através do programa “Cuidamos de Ti”, com benefícios e recursos que promovem o bem-estar e a prevenção.
Além disso, para aprofundar, leia também o artigo “Diabetes: sintomas, causas e como viver com saúde”.
A prevenção começa hoje — e cuidar da glicemia é cuidar de si.




