Os Seniores em Portugal representam hoje uma parte fundamental na sociedade. Portugal apresenta uma das maiores esperanças de vida da Europa (81 anos), com mais de 4,1 milhões de pessoas acima dos 55 anos, representando 38% da população.
Este grupo, conhecido como “geração prateada”, destaca-se pela boa saúde física e estabilidade económica, o que o torna essencial para o desenvolvimento da chamada economia prateada (silver economy).
O II Barómetro do Consumidor Sénior, realizado pelo Centro Ageingnomics da Fundação MAPFRE, revela que metade dos seniores poupa mensalmente e apoia financeiramente familiares, sobretudo filhos.
A maioria possui casa própria, embora pouco adaptada a situações de dependência, e os seus gastos concentram-se em alimentação, habitação e saúde.
Além disso, os seniores portugueses são digitalmente ativos, utilizam redes sociais e serviços bancários online, e constituem uma força relevante no turismo, com grande disposição para viajar.
Mantêm hábitos de condução até aos 70 anos e defendem que a decisão de parar deve depender das condições individuais.
Apesar de críticos quanto à sustentabilidade do sistema público de pensões, este segmento representa uma oportunidade económica para Portugal em áreas como habitação, tecnologia, turismo e indústria antienvelhecimento, incluindo cuidados, lazer e alimentação.
10 pontos chave que definem o coletivo sénior português
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Não se sentem valorizados nem ouvidos pela sociedade e pelas instituições.
73% consideram que a sociedade valoriza pouco ou nada a sua geração.
Mais de 80% sentem que os partidos políticos, as instituições e as políticas públicas não prestam nenhuma ou prestam pouca atenção às suas necessidades.
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O mercado de trabalho também não valoriza os seus conhecimentos e a sua experiência e sofrem de discriminação devido à sua idade.
52% do coletivo sénior considera que a sua experiência e os seus conhecimentos não são nada ou são pouco valorizados no mercado de trabalho.
Além disso, 27% afirmaram ter-se sentido discriminados devido à sua idade.
Especialmente as pessoas com idades entre os 55 e 64 anos (30%) ainda ativas no mercado de trabalho.
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Sentem que o idadismo está presente na sociedade atual e que esta os está a envelhecer antes do tempo.
Para este coletivo, a sociedade considera que alguém é idoso a partir dos 66 anos, ao passo que eles fixam esse momento a partir dos 73 anos — 7 anos mais tarde.
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69% dos seniores planeiam viajar no próximo ano.
Maioritariamente dentro de Portugal (58%). São 2,3 milhões de seniores que ativam o consumo interno.
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Até aos 70 anos, 8 em cada 10 conduzem, pelo menos, uma vez por semana.
Além disso, consideram que não há idade para deixar de o fazer, mas que isso deve depender da condição de cada pessoa.
O impacto ambiental é um dos três aspetos que 30% considerariam ao comprar um veículo.
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Estão muito integrados no uso das novas tecnologias.
Mais de 7 em cada 10 obtêm informações através de meios online, consultam redes sociais ou utilizam serviços bancários online.
Mais de 1,4 milhões dos seniores têm estas atividades completamente integradas nos seus hábitos, realizando-as várias vezes por semana.
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Cuidam de si, promovem a manutenção da sua saúde.
Seguem as recomendações para cuidar da sua alimentação (73%), respeitar as horas de sono (64%) ou fazer exercício físico (43%).
Atualmente, 41% das pessoas com idades entre os 55 e 64 anos cuidam da sua saúde emocional.
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Consideram que o sexo é importante para manter uma boa qualidade de vida.
65% concordam com esta afirmação e 49% estão satisfeitos com a sua vida sexual.
Entre os seniores que têm parceiro estão mais apaixonados, mais as mulheres (76%) e os homens (61%) do que os jovens.
Entre os seniores sem parceira, mais de 22.000 utilizam plataformas de encontros como o Tinder.
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Têm uma economia saudável. Poupa e ajudam financeiramente as pessoas à sua volta.
Metade dos seniores poupa todos os meses e 69% consideram que a sua situação financeira se manterá igual ou melhorará em 2026.
Esta situação mantém-se assim, mesmo quando ajudam financeiramente as pessoas à sua volta (51%).
Pensam que irão gastar mais em 2026, sobretudo em habitação, provisões e alimentação.
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Consideram que o sistema de pensões está em risco para as próximas gerações.
42% consideram que o futuro das pensões está em risco, mas apenas 16% têm um produto especializado, um plano de pensões.



